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segunda-feira, 28 de julho de 2008

A PREFERIDA DOS BAIANOS

Foto: Gildo Lima



Anna Carolina Lima


Seja para comer com aquele acarajé ou abará, acompanhar a feijoada do fim de semana ou simplesmente ingerir pura, a pimenta é um ingrediente indispensável na culinária baiana. Essa tradição cultural vem desde os tempos em que os povos indígenas habitavam as terras brasileiras.

Pimenta é o nome dado aos vários tipos de condimentos que têm o sabor picante. As mais consumidas no Brasil são: de bico (não arde e é anti-stress), de cheiro (acompanha as moquecas de peixe), do reino (uma das mais antigas e das mais utilizadas no mundo), preta, comari (picante e amarga), chipotle (a jalapeno quando seca e defumada), jalapeno, bode, malagueta ou piri-piri (a preferida dos baianos e muito usada em pratos como acarajé e vatapá, por ser extremamente ardida), cambuci (de sabor adocicado), cumari-do-Pará, cumari verdadeira (muito picante), pimentão ou pimento (que não é picante), caiena (especiaria resultante de uma variedade de paprica seca feita em pó. Estudo realizado no Instituto Politécnico de Oxford mostrou que ela aumenta o metabolismo em 20%), calabresa ou dedo-de-moça, aroeira (também conhecida como aroeira mansa ou vermelha), szechuan e da Jamaica, cujo sabor lembra o cravo, a canela e a noz-moscada.

A maioria dessas espécies é ligeiramente tóxica e causa sudorese e hipertensão. “Como pimenta quase todos os dias no almoço. Gosto de todos os tipos, principalmente das miudinhas que ardem mais e as de conserva para fazer molho. Se a comida estiver ruim ai é que boto pimenta mesmo. Faço isso desde os oito anos”, conta o técnico em telecomunicações, Uelton Leal. “Adoro comer pimenta. Com macarrão, feijão, não importa se combina ou não. O que quero é aquele sabor que ela dá na minha comida. Prefiro a malagueta porque arde mais’’, diz a estudante Rosita Pereira.

A pimenta, ao contrário do que as pessoas pensam, é um condimento que faz bem à saúde e seu consumo é bom para quem tem enxaqueca. A substância química que faz com que ela tenha um sabor ardido, a capsaicina, é exatamente aquela que possui as propriedades benéficas à saúde. Ela não tem nem cheiro e nem sabor, provoca a liberação de endorfinas, auxilia na digestão e estimula as secreções do estômago. Além disso, proporciona uma boa circulação nesse órgão. A maior quantidade dessa substância fica concentrada na parte branca, onde ficam as sementes. O nível de ardor pode variar muito de pimenta para pimenta e existe uma escala para medir o "poder de fogo" de cada variedade: é a SHU, Unidade de Calor Scovillena, na sigla inglesa.

Para pessoas que estejam com resfriados ou alergia, consumir pimenta pode propiciar alívio passageiro à congestão nasal e aos seios da face.”A pimenta tem propriedade antioxidante, em especial de betacaroteno e vitamina A e C. O consumo em pequena quantidade não faz mal. Ela não é recomendada para pessoas que tenham refluxo, úlcera e problemas gástricos porque aumenta a produção de ácido clorídrico e normalmente provoca asia e diarréia”, explica a nutricionista Taís Lima.

Estudos demonstram que a pimenta também tem poder antiinflamatório e possui propriedades anticâncer. Turuçu, RS, a capital nacional da pimenta, começou a cultivá-la no final do século XIX. A espécie habanero é a mais ardida do mundo e é cultivada no Brasil, principalmente no sul da Bahia. Existem mais de dois mil tipos de pimenta. A maioria tem origem nas Américas e na Ásia, mas atualmente há variedades cultivadas em todo o mundo.

Um comentário:

Unknown disse...

Gostei muito da matéria,ficou otima,uma boa sorte e até a proxima.