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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Tricolor baiano na minha mira!

Anna Carolina Lima

O Esporte Clube Bahia vem comendo o pão que o diabo amassou desde a tragédia no Estádio da Fonte Nova, em novembro do ano passado. O acontecimento foi o ponta pé inicial para que o time ficasse sem a Fonte para disputar as partidas, já que foi interditada.
Restou ao Bahia utilizar o Jóia da Princesa, em Feira de Santana, e o Armando Oliveira, em Camaçari, como mando de campo, o que resultou numa queda na renda dos jogos, se comparando com a obtida nas partidas disputadas na época da Fonte Nova, pois é mais difícil o torcedor se deslocar de Salvador para Feira e Camaçari para ver o time jogar e também o desempenho do elenco não estimulava tal sacrifício.
Já que o Bahia ficou sem casa, coube ao governador Jaques Wagner e até a Petrobras intervirem na questão, tentando fazer acordo com o rival Vitória para realizar jogos do tricolor no Barradão, já que a salvação do time, o Estádio de Pituaçu, não ia ficar pronto a tempo, como o prometido. Em troca, a Petrobras faria reformas na Toca do Leão.
Tanta negociação, que mais parecia uma novela global, envolveu diretorias e torcedores de ambos os times, mas terminou não dando em nada, por azar do Bahia, que continuou jogando fora de Salvador.
A reforma de Pituaçu começou em janeiro deste ano e foi embargada pelo Ministério Público pela primeira vez em março, devido a irregularidades. Segundo a Conder, responsável pelas obras, através do Governo do Estado, a primeira previsão para o término das obras era em julho, mas depois da greve dos operários em abril e maio e do mau tempo, ficou para agosto, e depois setembro, fazendo com que todos acreditassem que seria inaugurado em outubro, no jogo contra o Corinthians.
Falando nisso, para pagar o salário dos atletas, o Bahia começou a vender os ingressos dessa partida 32 dias antes, mesmo sem a certeza de que o time jogaria em Pituaçu. Terminou que o dinheiro dos ingressos teve que ser devolvido aos torcedores.
Trabalhos em andamento em Pituaçu, parecia que tudo estava se encaminhando bem e a nova casa do Bahia ia ficar pronta, eis que surgiu o Ibama e embargou novamente as obras, em outubro deste ano, com a justificativa de que o Estádio não tinha licença ambiental.
Enquanto isso, o Bahia viu o sonho da volta à série A do Campeonato Brasileiro se distanciar cada vez mais. E, faltando três rodadas para o término do Brasileirão, o tricolor estava a apenas nove pontos de diferença da zona de rebaixamento para a terceirona. Com o fim da disputa, o time permaneceu na segunda divisão. Está sendo sem dúvida, o pior ano da história do clube: sem estádio, sem torcida e sem dinheiro.