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Em comemoração aos sessenta anos de carreira de Fernando Lemos, a Bei editora lança hoje, 31, de 18h30 às 21h30, na Livraria Cultura, Conjunto Nacional Avenida Paulista, em São Paulo, o livro Fernando Lemos - Percurso.
A obra apresenta a vida puramente dedicada à arte dessa personalidade portuguesa, nascido em Lisboa, em 1926, e radicado no Brasil desde 1953. Fernando é um artista multifacetado. As diversas áreas de expressão artística dele abrangem a pintura, o desenho, a poesia, a publicidade, as artes gráficas, a ilustração e a fotografia. É a partir dessa capacidade artística de Fernando que o livro reproduz fielmente suas obras, trazendo desenhos, ilustrações, poemas, caricaturas, retratos, projetos gráficos, aquarelas, pinturas, painéis e outras fotografias.
Em 300 páginas estão reunidos textos escritos, em português e em inglês, por amigos e críticos e obras do próprio Fernando. Entre essas obras estão Tapeçaria para a TAP - Rio de Janeiro e São Paulo, Painel da Entrada do Clube Paineiras do Morumbi, SP, Painel da Estação Brigadeiro do Metrô, SP, Painel do Prédio da Porto Seguro, fotografias de personalidades como Hilda Hilst, Lygia Fagundes Teles, Jaime Cortesão, João Sarmento Pimentel, Hércules Barsotti, Willys de Castro e Agostinho da Silva. Vale salientar que no livro também tem um autorretrato de Fernando. Uma justa homenagem, claro.
Fernando é um artista completo, que sabe como poucos trabalhar com maestria e perfeição nos diferentes territórios que passeia. Sua primeira manifestação artística desaguou no desenho e na pintura, quando cursou Litografia e Pintura na Escola de Artes Decorativas António Arroio e na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Mas desde criança que desenha. Os desenhos de Fernando são recheados de liberdade gráfica e falam por si só. Sabe brincar como ninguém com formas e contraformas, traçados cheios e vazios, num jogo de linhas e manchas. Mario Pedrosa descreve bem isso: "Ele tem do desenho força propositiva que se desenvolve em ritmo".
A atividade de pintor foi crescendo por meio do desenho. Começou a buscar no surrealismo, no expressionismo e no informalismo inspirações para compor sua pintura, tida por muitos críticos como abstrata. Sua principal característica é saber equilibrar tons e deixá-la com bom acabamento.
Embalado pela pintura, foi na fotografia que Fernando se destacou. Em seus trabalhos é possível perceber uma relação direta entre a pintura e a fotografia porque mistura o rigor da construção gráfica com sobreposições.
Seus retratos surrealistas, feitos no final de 1940, proporcionou notória visibilidade pública. Aliás, seus registros sempre tiveram raízes na estética surrealista, quando recorria a procedimentos como solarização, sobreposições e impressões em negativo e em positivo.
E não para por ai não. A capacidade de Fernando vai muito além das telas e das lentes. Ele também trabalhou em editorias e agências de publicidade como impressor, ilustrou e fez planejamento gráfico para editorias, jornais e revistas de São Paulo e do Rio de Janeiro e fez parte da redação do Jornal Portugal Democrático. E o maestro é tão bom que tem até filme: Fernando Lemos: atrás da imagem.
Participou das mais importantes exposições e mostras (com fotografias, pinturas, desenhos, projetos de tecido, tapeçaria, litografia, aquarela e pratos), nas modalidades individual e de grupo, em Portugal, Brasil, Argentina, Paraguai, Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Áustria, Espanha, Itália e Canadá; o que lhe rendeu diversos prêmios.
Quer saber mais sobre a vida e a carreira de Fernando Lemos. Então compareça na Livraria Cultura e leve para casa a 1ª edição do livro Fernando Lemos - Percurso, por R$150, acompanhado do CD com a entrevista concedida a Carlos Augusto Calil, intitulada O Baralho de Fernando Lemos, também disponível no livro.
