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sábado, 5 de maio de 2012

Quer ser famoso? Poste um vídeo na internet!

Anna Carolina Lima

É impressionante como a internet tem o poder de fazer lavagens cerebrais nas pessoas e pautar a vida delas. Afirmo isso sem medo de errar, baseada em exemplos que presencio virtualmente todos os dias. Conectada como sou, vejo surgir o que chamo de celebridades virtuais, e, ultimamente parece um bombardeio dessas que surgem. Quer ver só? Poste um vídeo na internet, lá no Youtube, para ver o resultado.

O Youtube é o maior especialista em dar um empurrãozinho a esses emergentes do sucesso. Já as redes sociais, como Facebook e Twitter (Orkut nem tanto, pois está perdendo cada vez mais a força diante dos dois últimos citados) enchem a bola e garantem o prolongamento da visibilidade, através dos compartilhamentos e dos RTs. Tais ferramentas têm o poder de ditar o comportamento dos internautas que dão aquela mãozinha aos sedentos pelos quinze minutos de fama. Se é que são quinze mesmo. Pois dependendo, pode durar até mais. Que o diga a Luiza, que estava no Canadá, que já faturou com a publicidade e foi tão badalada pela imprensa. Esta, por sua vez, é a que mais dita como deve ser a vida das pessoas. É como se fosse uma mãe querendo mandar no filho.

A palavra "ditar" comportamento me leva a lembrar de uma disciplina que cursei durante a faculdade de Jornalismo, intitulada Teorias da Comunicação de Massa, cujo nome de duas das teorias estudadas, e que merecem destaque para o meu raciocínio desse artigo, eram a Agenda Setting e o Gatekeeping. A primeira diz que os meios de comunicação influenciam diretamente o pensamento e o modo de vida da massa, ditando o comportamento delas. A segunda revela que o jornalista faz o papel de um portão que controla o conteúdo das informações divulgadas. Literalmente, ele diz quem passa e quem não passa. Trazendo para os dias de hoje, esse conceito é super bem empregado a partir dessas febres virtuais; ou seja; se parar e analisar, o Youtube também tem função de Gatekeeping e as redes sociais (Facebook, Orkut e Twitter) são a Agenda Setting da massa.

Amarrado o raciocínio, chego até os exemplos de Luiza, que estava no Canadá (e que ficou famosa após um comercial imobiliário, no qual a frase dita por seu pai repercutiu nas redes sociais); do mais novo sucesso, Para Nossa Alegria (um vídeo feito em família com uma música religiosa e que arranca boas risadas de quem assiste); do menino dos mamilos; da cantora pop norte-americana Rebecca Black, revelada pelo Youtube com o clip da música Friday; a Banda Mais Bonita da Cidade, de Curitiba, com o clip da música Oração, feito em 2011; o Que dó, do garotinho que chorava desesperadamente porque o irmão gêmeo tinha matado a formiguinha e por ai vai.

No Facebook, funciona como se fosse uma corrente de oração, na qual todos compartilham postagens, só que ao invés de ajudar a se curar de alguma doença ou algum mal, ajudam a aumentar a fama desses artistas. E como se não bastasse isso, a mídia, aproveitando a deixa para alavancar a audiência, “resgata-os” e coloca-os em sua programação, a exemplo de Ana Maria Braga, Eliana e o programa do Pânico na TV. Só para citar alguns dos canais abertos.

É a prova de que basta postar um vídeo na internet para ficar famoso. Quais serão os próximos artistas?

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