Visualizações de página

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Estudo: mulheres graduadas estão adiando a maternidade até os 35 anos


Por Anna Carolina Lima

Seu sonho é ter filho? Imagina a casa cheia de criança e correndo atrás delas? Acha lindo amamentar? Pois é, antigamente esse era o maior sonho das mulheres, que afinal não tinham tantas atribuições como atualmente. 

Cada família tinha em média cinco a seis filhos. Eu falei em média, viu? Porque poderia ultrapassar essa marca. E acontecia facilmente! Não é a toa que temos vários tios, não é mesmo? O passatempo de nossas avós era engravidar. 

Porém hoje em dia vemos uma situação completamente diferente. Cada vez mais as mulheres, principalmente as graduadas, diante de inúmeras atividades e ocupações, deixam para mais tarde a maternidade.   

Estudos comprovam que essas mulheres estão adiando a maternidade até os 35 anos – quase uma década depois daquelas que decidiram não estudar na universidade. A tendência se deve também ao aumento do número de estudantes mulheres, que dobrou nos últimos 20 anos. 

Danny Dorling, professor de geografia humana da Sheffield University, descobriu, através de um estudo que em 2010, metade do universo de mulheres  jovens entrou na universidade na Inglaterra. A pesquisa, intitulada “Um olhar diferente sobre a vida no Reino Unido”, diz que, até a expansão do ensino universitário, não era possível adivinhar a classe social ou idade da mãe de uma criança. 

Apesar do estudo não ser no Brasil, aqui a realidade é semelhante. Diversas pesquisas do IBGE já apontaram essa tendência: quanto mais estudo e instrução, mais as mulheres adiam os planos de engravidar.

Em entrevista ao jornal The Sunday Times, Danny disse que, para o estudo, a sociedade foi dividida em dois grupos. “Um grupo, de mulheres graduadas, agrupadas particularmente em Londres, tem filhos muito tarde, e as demais estão procriando na mesma idade que suas mães e avós”, concluiu.

Um exemplo disso é o da apresentadora da BBC News Kate Silverton. Ela teve a primeira filha aos 42 anos. Formada pela Durhan Universitiy, ela engravidou naturalmente depois de algumas tentativas de fertilização in vitro. 

Conforme informa o jornal, mulheres que adiam a gestação aumentam os riscos de terem seus bebês com anomalias, além de tornarem-se mais dependentes de tratamentos artificiais e se mostrarem menos dispostas do que as que escolhem ter filhos mais cedo. Mas como tudo na vida, também existe o lado positivo da decisão. A mulher já está mais madura e sabe o que quer, a situação financeira está equilibrada para sustentar o filho e sabe melhor como educar a criança, dentre outros benefícios.  

Dorling tem estudado o impacto da situação, comparando bebês que nasceram de mães com 35 anos ou mais, analisando dados de mulheres graduadas na Europa. Ele descobriu que em cada uma das regiões com maior número de universidades em Londres foram registrados mais de 150 mil nascimentos de crianças entre mulheres com 35 anos ou mais, em oito anos.

Por outro lado, em Gales do Sul, onde existem poucas universidades, foram registrados mais de cinco mil nascimentos de mães nessa faixa etária. No ano passado, a média de idade de mulheres casadas que tiveram o primeiro filho subiu para 30,6 anos, segundo informações do Office of National Statistics (ONS). 

E você, se identifica com essas mulheres?

Nenhum comentário: